História

Em 1976, dispondo de duas estações de 49 e 39 metros, surgia na Bahia, através de ondas curtas, a Rádio Educadora. Logo no início, assessorado pelo engenheiro Antônio Carlos Assis Brasil, a rádio migrou do sistema OC e passou a utilizar o canal do MEC. Com tudo, essa alteração não resolvia o problema financeiro e de tempo de transmissão, então, a Educadora aderiu pelo modelo de uma FM, a qual oferecia custo mais baixo.
Presente em Salvador, a Educadora atendia perfeitamente parte dos objetivos do IRDEB (Órgão responsável pela criação da emissora). A rádio começou a funcionar com um transmissor de 50 watts que Assis Brasil trouxe emprestado da Rádio Roquete Pinto e que auxiliou as primeiras transmissões experimentais no começo de 1978.
Dentre os personagens que se destacaram nessa primeira fase, temos: Ricardo Santarém, Hélio Lima, Raimundo Nonato, Washington Barbosa, Alexandre Santos e Hamilton Rodrigues. A rádio funcionava com apenas uma mesa de áudio e dois gravadores de rolo da marca AKAI.
No começo, ouvir a Educadora era privilégio dos moradores da Federação, onde se localizava a emissora, Graça e vizinhança. Outorgada pela Portaria 617, de 7 de julho de 1977, a Educadora foi inaugurada em solenidade realizada no dia 31 de março de 1978 com a presença do governador Roberto Santos, representantes de igreja, do então secretário da Educação e Cultura do Estado, Carlos Sant’Ana, da então diretora do Irdeb Aristocléa Macedo dos Santos. O custo avaliado do projeto foi de Cr$ 2,7 milhões para a construção de uma emissora qualificada como classe A. Desde o começo, ousadia e criatividade foram a marca da Educadora.
Em 1979, o Irdeb compra seu primeiro transmissor, um Harris de 5 quilowatts, uma nova antena de 75 metros e um estúdio novo. Além disso, a rádio ganha também um processador de áudio com gerador de estério, oito gravadores e quatro mesas de oito canais, equipamentos que fizeram com que a rádio desse um salto nas transmissões.
A opção da rádio sempre foi trabalhar com a boa música, em especial com a MPB. O que parecia uma prática comum entre as demais rádios, na verdade foi recebido como grande novidade pelos representantes das emissoras educativas. Essa preocupação com a qualidade musical sempre foi seguida à risca. A primeira grade de programação da Rádio Educadora FM foi dividida em programas radiofônicos de cultura e programas de divulgação comunitária. Entre os programas de cultura, se destacavam o “Bahia, Ontem e Hoje”, que fornecia informações turísticas sobre aspectos culturais e folclóricos; “Merece Ser Ouvido”, com a apresentação de música erudita, popular e folclórica.
Durante esses 32 anos, a Educadora tem conseguido garantir a preservação da boa música sem perder a preocupação com a qualidade e ceder às pressões do mercado. Músicas orquestradas, compositores clássicos e MPB de boa qualidade formam a linha mestra da programação.


                                                                                                                                            Por Josevaldo Campos